26 outubro 2004

De volta às conquistas...ou apenas a lei do mais forte?


Com o Tratado de Alcanizes celebrado entre Fernando IV de Castela e Diniz I de Portugal em 1297, definiram-se as fronteiras entre os dois reinos para "Sempre" tendo ficado, acordado que qualquer uso de força dum país ao outro para modifica-las, seria considerado como "Traição".
Assim sendo, e excluindo a eterna questão de Olivença, que ainda hoje se encontra por resolver, o nosso país é um dos países mais antigos do mundo com fronteiras definidas, com cerca de 700 anos de limites territoriais demarcados.
Nos dias de hoje, é impensável qualquer tipo anexação ou violação de fronteiras a qualquer país no mundo. Mas por vezes, ainda que pontualmente acontecem, casos como os de Timor-Leste e Kuwait, que prontamente são, censuradas pela opinião pública mundial e tomadas medidas pelos lideres mundiais para que a situação seja resolvida o mais rápido possível.
Em Lordelo, as coisas não são bem assim.
De longa data vem a questão de anexação de terras Lordelenses por parte de concelho vizinho, Paços de Ferreira. Lembro-me perfeitamente de me dizerem, ainda criança, que os terrenos onde está situada a cadeia Central do Norte pertenciam a Lordelo, que as cruzes da Via-sacra e o Cruzeiro de Meda foram colocados com o propósito de pararem os avanços territoriais sobre Lordelo pelo citado concelho.
Não bastando este facto para nos alertar, a história repete-se com a passagem da IC25 pelas terras Lordelenses, levando-me a pensar na frase popular "À primeira todos caem à segunda só cai quem quer" mas, pelos vistos, as entidades competentes querem voltar a "cair".
A sua apatia relativa à designação do primeiro nó de saída bem como da estação de serviço é no mínimo revoltante. Ambas totalmente localizadas em terrenos Lordelenses terão a designação de Nó de Seroa e estação de serviço de Paços de Ferreira e excluindo a ameaça do nosso presidente de Junta de remover as placas de sinalização na reunião de Câmara, pouco ou nada se tem visto para que o seu volte a seu dono.
Estando Paredes privilegiadamente servida de acessos à cidade do Porto pela A4, nunca foi prioridade dos diferentes Executivos da Câmara que a IC25 se torna-se numa realidade. Em contrapartida sempre foi um cavalo de batalha dos Executivos de Paços de Ferreira e Lousada.
Mas daí, até à completa alienação dos interesses da sua freguesia e cidade com mais densidade populacional vai uma grande distância, que poderemos definir de puro desleixo.