16 abril 2009

Carta Educativa paradigma ou projecto a reapreciar?


Ao ler a entrevista do actual candidato do PS à Câmara Municipal de Paredes num jornal da região, confesso que fiquei um pouco confuso, desorientado, sem perceber muito bem, a avaliação deste sobre o trabalho realizado pelo actual Executivo Camarário no projecto da Carta Educativa.

Provavelmente não fui o único, muitos dos “consumidores” como eu, da boa e da má imprensa regional, porque feliz ou infelizmente, a nossa região tem oferta à vontade do freguês, devem ter ficado com a mesma interrogação.

Então vamos aos factos, para ver se chegamos a alguma conclusão.

Na citada entrevista, o actual candidato do partido da oposição diz relativamente ao mandato de Celso Ferreira, “…há um aspecto positivo que merece ser destacado: a questão da Educação” acrescentando ainda “tenho que agradecer o contributo que Celso Ferreira deu à política do Governo”, assim podemos concluir que foi desenvolvido um bom trabalho.

Celso Ferreira tem dito maravilhas, vezes sem conta da Carta Educativa de Paredes.

Valter Lemos, na sua passagem pelo concelho em Setembro, na entrega dos primeiros Magalhães do País na Escola EB1 de Vila em Lordelo lembrou “Paredes tem sido um bom aluno da cartilha governamental”.

Maria de Lurdes Rodrigues, na sua visita para o lançamento da primeira pedra dos centros Escolares de Gandra/Astromil e de Mouriz/Vila Cova de Carros e assinatura dos protocolos de delegação de competências ao Município, apresentou "Paredes como o paradigma do esforço que o Governo está a fazer em todo o país", óptimo, tudo em consonância.

O que realmente me desorientou o raciocínio, foi o proferido na mesma entrevista pelo D. Sebastião do Partido Socialista de Paredes, “A Carta Educativa, elemento fundamental para a modernização da escola, foi assumida por Celso Ferreira, não como elemento agregador mas como factor de discordância”, “Quando conquistarmos a Câmara promoveremos a reapreciação da Carta Educativa e alargaremos o número dos Centros Escolares….”.

Hummm, pára tudo, flashback… então a Carta Educativa de Paredes não era um aspecto positivo, um paradigma, motivo de elogios, Ministra da Educação, Secretário de Estado, Celso Ferreira, o próprio, todos em concordância? … Perdi-me completamente!

Sendo assim, esquecemos todo o trabalho responsável que foi feito, abandonamos uma oportunidade única de rectificar a nossa desadequada rede educativa, uma intervenção metódica no planeamento e ordenamento do território educativo, com a meta de atingir a melhoria da educação, do ensino, da formação e da cultura no concelho de Paredes e enveredamos por uma reapreciação populista e cómoda apenas porque alguns ficaram descontentes?

Estas incongruências de discurso fazem-me reflectir sobre quem queremos a gerir os destinos do nosso concelho.


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