14 setembro 2009
06 setembro 2009
Tarantino no seu melhor
05 setembro 2009
Politica de Verdade - Please
O PS Paredes mesmo em plena silly season não parou de nos surpreender pela negativa, continuando a ser noticia pelas piores das razões e não propriamente banalidades, porque continuou a infringir a Lei mesmo as mais badaladas nos últimos tempos como a da Paridade.
Pelo menos desta vez Artur Penedos, ao contrário da última, onde infringe a lei eleitoral associando uma marca comercial a uma acção de campanha, desta vez tem a atenuante, se é que podemos considerar atenuante, o facto de não ter participado na aprovação da Lei em causa, mas não podendo esquecer o facto de a Lei da Paridade ter sido apresentada pelo partido socialista.
E se bem me recordo, a lei da paridade se fosse aprovada por Cavaco Silva como inicialmente apresentada pelo partido socialista, a Candidatura de Artur Penedos à Câmara Municipal de Paredes teria corrido o risco de ser excluída. Uma vez que Cavaco Silva, embora duramente criticado pelos socialistas, vetou a sua primeira redacção que previa a exclusão de listas eleitorais dos partidos que não cumprissem a quota mínima de 33,3% de homens ou mulheres, alegando que seria uma sanção demasiado excessiva e de difícil cumprimento em certas zonas do país.
Assim como se não bastasse a primeira transgressão à lei eleitoral, Artur Penedos veio desta vez, só na lista de candidatos à Assembleia Municipal, infringir por 3 vezes a lei da paridade, violando o seu artigo 2º, que diz que as listas apresentadas não podem conter mais de dois candidatos do mesmo sexo colocados, consecutivamente, na ordenação da lista, tendo sido obrigado pelo tribunal a proceder à sua rectificação.
Estes factos apenas me levam a pensar qual dos 160 artigos da Lei Eleitoral será o próximo a ser transgredido pela candidatura de Artur Penedos até ao próximo dia 11 de Outubro.
Chegados à rentreé politica após a citada silly season habitual deste período de férias, eis que o Partido Socialista de Paredes nos brinda com mais uma das suas demagogias, colocando cartazes em algumas freguesias do concelho onde se pode ler; “Sabe que o PSD quer fechar a escola, o PS é solução, Vamos manter a sua escola”.
Impressionante, a hipocrisia deste slogan apenas merece uma resposta; Sabe que as escolas apresentadas pelo PSD que estão a ser construídas em Paredes serão as melhores do país, que foram aprovadas pelo PS Paredes e elogiadas e financiadas pelo Governo PS.
Assim o apelo à Politica de Verdade defendida por Manuela Ferreira Leite aplica-se em pleno à forma de fazer politica por parte de Artur Penedos, pois Ferreira Leite defende a reafirmação de valores que tal como em todo o país são indispensáveis no nosso Concelho, valores como a Verdade quando se fala aos Paredenses, não escondendo factos importantes como a aprovação do encerramento de escolas por parte do PS e CDS na Assembleia Municipal, a Seriedade do discurso e dos argumentos políticos, pois sempre que a PSD se vangloriava das suas escolas o PS contestava defendendo que eram escolas do Governo e não da Câmara Municipal, a Responsabilidade na actuação e nos caminhos assumidos, não voltando atrás com o defendido até à data apenas porque estamos em período eleitoral, e o sentido de Compromisso com o Futuro, com as gerações de Paredenses que nos virão a suceder que merecem sem dúvida melhores condições de ensino.
31 julho 2009
Obrigado
Embora não reconhecendo ser merecedora da distinta citação, uma vez se tratar de um simples espaço opinativo e nunca ter ofendido ninguém, apenas constatar factos e opinar sobre os mesmos.
A educação do seu proprietário não poderia deixar de agradecer a inclusão do seu nome em tão elevado documento como um comunicado do Partido Socialista de Paredes.
24 julho 2009
AP no seu melhor
Como se não bastasse a ilegalidade em si, que confunde o público e o privado de uma forma inaceitável, Artur Penedos foi mais longe na sua falta de ética para com os paredenses e associou a sua acção de campanha a um health club de luxo do Porto, atitude no mínimo estranha tendo em consideração o número de health clubs existentes no nosso concelho, mas natural em Artur Penedos que mais uma vez vem demonstrar o seu total desconhecimento sobre o concelho a que se candidata.
Mas o burlesco desta censurável acção não fica por aqui, Artur Penedos ao ser confrontado pelo jornalista sobre a ilegalidade da sua actividade respondeu o seguinte: "Não sabia que não se podia colocar referências a uma entidade prestadora de serviços e logo que fui informado isso foi retirado", como é possível uma pessoa que foi deputado durante 14 anos e assessor do Primeiro-Ministro desconhecer uma lei eleitoral tão básica como esta.
Poderão os paredenses votar em alguém que apesar de todos os cargos políticos ocupados ao longo de décadas desconhe as leis eleitorais, mesmo as mais basilares?
As ilegalidades desta acção não ficam por aqui, mesmo depois de confrontado com esta situação Artur Penedos volta á carga com mais uma, publicando num jornal local uma página inteira o anúncio da mesma actividade, violando mais uma vez a lei eleitoral, visto que a mesma apenas permite “anúncios publicitários, como tal identificados, em publicações periódicas, desde que não ultrapassem um quarto de página e se limitem a utilizar a denominação, símbolo e sigla do partido.”
Este caricato episódio é só comparável com o incidente de José Sócrates e Manuel Pinho aquando de uma visita à Venezuela num voo fretado da TAP.
Em certo ponto da viagem entre outros membros do gabinete do primeiro-ministro decidem fumar em pleno voo, mesmo depois de poucos meses antes terem aprovado a lei para protecção dos cidadãos da exposição involuntária ao fumo do tabaco, tendo alegado como motivo desta infracção o desconhecimento de não se poder fumar em voos fretados.
A estes dois casos aplica-se em pleno o artigo 6º do Código Civil que tem como epígrafe a “Ignorância ou má interpretação da lei”; que dispõe o seguinte: “A ignorância ou má interpretação da lei não justifica a falta do seu cumprimento nem isenta as pessoas das sanções nelas estabelecidas.”
No caso de José Sócrates e Manuel Pinho a alegação de ignorância isentou-os da sanção, ver vamos se no caso de Artur Penedos o mesmo se irá passar, comprovando que os membros do governo e seu “staff” usufruem de um estatuto especial que os faça estar acima da lei, mesmo das que os próprios aprovam.
08 julho 2009
Aluga-se Candidatura
Na Assembleia da República, Manuel Pinho, com apenas um simples acto irreflectido, conseguiu fazer mais pela tauromaquia que em 4 anos pela economia portuguesa.
Na Assembleia Municipal de Paredes entre insinuações, acusações e insultos, voltou a falar-se na Carta Educativa. E, embora eu tenha prometido a mim mesmo não voltar a citar o dossier Carta Educativa de Paredes neste espaço, assisti à última Assembleia Municipal, e consequentemente vou ter de faltar ao prometido.
Este tema que tem apaixonado a opinião pública, ou pelo menos a opinião política concelhia, mais uma vez foi debatido e rebatido neste órgão.
Apesar de nas últimas três assembleias o assunto ter sido amplamente discutido apenas nesta “grandes alterações” surgiram.
Amândio Ribeiro foi o primeiro a conseguir uma mudança. Pela terceira vez, e não me enganei, terceira vez, depois de uma tentativa fora de tempo, outra apenas com um voto a favor (o seu), o deputado do CDS propôs mais uma vez a revisão da carta educativa e conseguiu uma grande vitória, dois votos a favor, a este ritmo, mais 49 assembleias e este deputado conseguirá a aprovação por unanimidade e talvez por aclamação.
O Partido Socialista, por sua vez, também conseguiu uma grande mudança relativamente a este assunto, conseguiu mudar de ideias. Depois de ter votado a favor, desta vez decidiu abster-se.
Cenário impensável, uma vez que o seu candidato à Câmara Municipal tem feito “cavalo de batalha” a revisão da Carta educativa, mas surpreendentemente a sua bancada absteve-se perante a proposta do CDS.
Este acto só pode ser justificado por dois factores. O primeiro factor é a desorientação, causada pela falta do seu líder parlamentar, uma vez que Artur Penedos voltou a não comparecer à Assembleia Municipal, ou como segunda hipótese o facto da candidatura do PS e a actual bancada socialista da assembleia ainda não terem acertado agulhas e estarem indecisos de qual será a directriz mais importante a seguir, a do Governo Socialista sobre as cartas educativas para o país e obrigatoriamente votar favoravelmente a proposta de Celso Ferreira, ou não falhar com compromissos assumidos com alguns apoiantes garantindo os seus interesses pessoais e votar contra.
Perante tanta indecisão a bancada socialista opta pelo “Nim”, demonstrando o embuste em que se transformou a candidatura de Artur Penedos à Câmara Municipal de Paredes. Evidenciando ser uma candidatura que se vendeu, uma espécie de “Barriga de Aluguer” que carrega um candidato que defende interesses que não servem o concelho mas apenas os de alguns.
27 junho 2009
Do Terror de 2001 ao Medo de 2009
Mas, no final, apenas uma grande novidade extraí do seu discurso comparativamente ao da sua última candidatura.
Em 2001, o assessor do Primeiro-ministro em época eleitoral, insistia em expressar que o concelho de Paredes vivia dominado por um clima de terror, passados oito anos Artur Penedos tem uma visão completamente diferente do que é Paredes, pois para ele actualmente o mesmo concelho “está dominado por um clima de medo”.
Visão que compreendi perfeitamente, uma vez que tal como todo o mundo, após o devastador atentado em Nova Iorque ao World Trade Center em 11 de Setembro de 2001, Paredes viveu períodos de Terror. Passados estes anos, a ameaça de tais acontecimentos se repetirem tornou-se mais escassa, sendo agora a nova ameaça, o medo, medo esse que advém dos resultados da aposta em grandes obras como o TGV, o novo aeroporto e uma terceira travessia sobre o Tejo, plano engendrado por José Sócrates para a recuperação da actual crise.
Para além de apontar esta colossal diferença, Artur Penedos na sua grande entrevista não conseguiu apresentar uma única ideia, identificar um único problema dos seus eleitores, apresentar qualquer tipo de solução e verbalizar qual o rumo pretendido para o Concelho ao qual se candidata.
Situação estranha no mínimo, para um pretendente ao cargo máximo de um Município, principalmente quando teve oito anos desde a sua última candidatura, tempo mais que suficiente para poder organizar um programa, um conjunto de medidas, projectos e acções para o desenvolvimento e melhoria das condições de vida da população do concelho de Paredes, que o próprio tem vindo a afirmar por diversas vezes conhecer melhor do que alguns paredenses.
Estranhei ainda o facto de Artur Penedos, não conseguir enumerar uma única proposta ou medida relativa ao concelho de Paredes, apresentada por si no exercício dos cargos ocupados como Deputado Assembleia da República entre 1991 e 2005 bem como no actual cargo de Assessor do Primeiro-ministro.
Pois, se bem me lembro, durante o mesmo período acumulou cargos de responsabilidade no Município, Vereador entre 2001/2005 e deputado da Assembleia Municipal de Paredes, entre 2005/2009.
Facto mais do que passível de um esforço legítimo para melhorar a terra pela qual foi eleito.
Assim, mais uma vez Artur Penedos candidata-se à Câmara Municipal de Paredes, assegurando o seu lugar como deputado na Assembleia da República independentemente de ser eleito Presidente da Câmara e tem novamente a oportunidade de nos próximos 4 anos esquecer completamente Paredes e voltar apenas em época eleitoral para salvar o concelho do terror e do medo.
20 junho 2009
Teimosias
TGV, aeroporto e terceira ponte sobre o Tejo, são as grandes apostas de José Sócrates para a recuperação económica do país.
Esta obstinação do PS deverá levar os portugueses a fazerem uma séria reflexão sobre as vantagens e desvantagens destes investimentos antes de irem às urnas nas próximas eleições.
No caso do TGV o governo prevê uma ligação Lisboa – Porto e uma Lisboa – Madrid.
Relativamente a esta ligação com a conclusão da modernização da linha do norte, que se encontra em curso, faltando apenas concluir duas variantes, a relação custo/benefício deixa de existir uma vez que para ganharmos cerca de 30 minutos com o TGV, teríamos de investir cerca de 4.5 mil milhões de euros, seria sem dúvida a meia hora mais cara da nossa história.
No que concerne ao novo aeroporto, para além do facto do investimento de cerca de 3,5 mil milhões de euros, levanta-se um problema incontornável na situação de crise mundial que nos encontramos.
O decréscimo natural de tráfego aéreo, dificultando em muito a atracção de investidores privados, obrigando o Estado a avançar com grandes garantias ficando o risco todo do lado do público saindo caro ao contribuinte.
No caso da nova travessia sobre o rio Tejo o problema que se levanta é o acréscimo de entrada de viaturas, que poderá ascender a 30.000 por dia numa Lisboa já saturada de tráfego, com consequências no estacionamento já precário, na deterioração da qualidade do ar e do ruído, quando nos restantes países europeus, se tem encetado esforços precisamente no sentido contrario de retirar tráfego automóvel do centro das cidades.
Mas se reflectirmos bem sobre estes investimentos encontramos um factor curioso, mas comum em todos eles, Lisboa.
Com apenas três investimentos, José Sócrates pretende gastar cerca de 10 mil milhões de euros em projectos que envolvem Lisboa.
Assim, a principal preocupação dos portugueses nas próximas eleições deverá ser centrada no que será feito do restante país.
Qual as reais vantagens para Portugal, para além de Lisboa, destes investimentos.
Em que aspectos estas grandes obras trarão criação de riqueza ao resto do país e equilíbrio territorial que urge ser promovido.
08 junho 2009
Europeias 2009
A primeira, senão a mais importante, é a baixa taxa de participação por parte dos portugueses, cerca de 36%, colocam mais uma vez Portugal abaixo da média europeia que é de 43%, sendo a segunda mais baixa desde da nossa entrada na comunidade europeia em 1986, demonstrando um claro desinteresse e falta de identificação por parte dos portugueses nas questões europeias.
No que respeita aos resultados políticos partidários, podemos considerar que estamos perante dois vencedores e um grande derrotado.
Os grandes vencedores foram sem dúvida o Partido Social Democrata e o Bloco de Esquerda e o grande derrotado, o partido de José Sócrates.
Este cartão alaranjado que os portugueses deram ao Partido Socialista, obrigará o Primeiro-ministro pensar muito até às próximas legislativas, porque perde cerca de 18 pontos percentuais relativamente às anteriores eleições europeias, numa eleição muito personalizada por parte de José Sócrates, que fez questão de comparecer em diversas acções de Campanha de Vital Moreira, provavelmente após de se aperceber que ao apresentar um candidato na busca dos votos da esquerda para além do PS, não terá sido a melhor opção.
Quanto aos vencedores, mais concretamente no que respeita ao Bloco de Esquerda, estas eleições foram o momento de afirmação do Bloco como a terceira força partidária, deixando de ser aquele partido simpático de oposição minoritária.
Mas os reais vencedores das eleições de dia 7 foram Manuela Ferreira Leite e o inesperado e desconhecido, Paulo Rangel, que consegue ao contrário de todas as previsões uma vitória expressiva.
Manuela Ferreira Leite apesar de ter feito uma travessia no deserto, de ter a sua liderança constantemente a ser posta em causa, e ainda há poucos meses ter sido dada como acabada, resistiu e provavelmente terá agora mais do que nunca o partido unido à sua volta tendo condições para criar uma nova força, dinâmica e fulgor para as próximas eleições autárquicas e legislativas.
Paulo Rangel, por sua vez, passou de ilustre desconhecido a herói em apenas um domingo, conseguindo dar ao PSD a primeira vitória nas eleições europeias, em 20 anos.
Mas em qualquer balanço que se faça sobre as eleições europeias de 2009, terá quase obrigatoriamente de se falar nas sondagens. As indagações deste sufrágio tiveram de tudo, desde uma larga margem do PS até a erradicação do CDS.
Com estas previsões podemos dizer, que já não se fazem sondagens como antigamente.
06 junho 2009
O Desnorteado e o Eclético
No passado dia 16 de Maio, no âmbito do Programa Novas Oportunidades, o primeiro-ministro José Sócrates acompanhado pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, deslocou-se a Penafiel para proceder à entrega de diplomas a 130 formandos.
No mesmo dia, o Secretário de Estado da Protecção Civil, José Miguel Rodrigues, desloca-se ao nosso concelho de Paredes, mais concretamente ao CFPIMM na cidade de Lordelo, no âmbito do mesmo programa para entregar 200 diplomas.
Considerei uma situação perfeitamente normal tendo em apreciação a época pré eleitoral que nos encontramos.
Surpreendido apenas fiquei com o facto de o actual candidato do partido Socialista, à Câmara de Paredes ter preferido estar presente na cerimónia do concelho vizinho em detrimento do concelho a que é candidato.
Mas, após alguma reflexão, encontrei a única razão possível para a sua preferência, que é perfeitamente aceitável, confusão nos limites do concelho que ele tão bem conhece.
Provavelmente ao ter a ideia que Paredes é um concelho grande, Artur Penedos equivocou-se e imaginou que seria ainda maior do que realmente ele é, e Penafiel seria apenas mais uma freguesia do Concelho.
O Eclético
Reconheço que em tempos ao ler uma crónica de um membro do Partido Socialista e membro da Assembleia Municipal sobre os “vira-casacas” fiquei na dúvida a quem o cronista se referia.
Nesse artigo opinativo, o comentador louvava os Presidentes de Junta que mantinham a sua fidelidade ao partido com que se comprometeram e ostracizava os que pelo contrário “à boa maneira portuguesa do chico espertismo se associavam ao adversário político, esquecendo os princípios e os partidos que os elegeram”.
Mas com a apresentação do mandatário do Partido Socialista todas as minhas dúvidas sobre a quem se referia foram dissipadas.
Estranhei e discordei em geral com o artigo, mas principalmente do termo utilizado “vira-casacas”, penso que se adequaria mais a palavra eclético.
É que uma casaca apenas dá para virar para dois lados, enquanto o ecletismo permite uma maior amplitude, e tendo em consideração o passado político da pessoa em questão, apoiante de Jorge Malheiro - Presidente da Câmara pelo CDS, eleito Presidente de Junta pelo PSD e agora mandatário do PS.
Eclético é sem dúvida a palavra que melhor se adequa, é que o eclectismo permite ainda a abrangência da possibilidade de nas autárquicas de 2013 ser apoiante, candidato ou mandatário da CDU ou do Bloco de Esquerda.
31 maio 2009
30 maio 2009
15 maio 2009
Resistência à mudança
Esta resistência poderá ser manifestada das mais diversas formas, desde a ansiedade, o descontentamento perante situações novas e diferentes, passando mesmo pela sabotagem das mesmas.
Várias razões levam o ser humano a agir desta forma perante a mudança, entre elas, a economia de energias, pois somos uma “máquina” programada para sobreviver, que implica a economia de energias e, por tal motivo, temos tendência em automatizar os nossos comportamentos para fazer as mesmas tarefas sempre da mesma forma.
O medo do novo, pois tal como os animais, temos o instinto de evitar o que é novo pois o facto de ser novo é desconhecido e poderá ser ameaçador.
O sentimento de perda, pois não há mudança que não nos leve a perder algo que estávamos habituados e nos dava prazer efectuar em detrimento de algo novo e desconhecido.
Estes ensinamentos fazem-me lembrar a actual situação política do concelho de Paredes, se não analisemos as seguintes analogias.
1- Realojamento da Comunidade Cigana.
O executivo municipal, pelas mãos de Raquel Moreira da Silva, num empreendimento de resolução de um problema com mais de 20 anos, que até hoje ninguém teve coragem de abordar, apresenta um projecto novo e diferente, um exemplo de boas práticas, no que concerne à reintegração, aprovado e elogiado por Rosário Farmhouse, Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural.
Numa atitude característica de resistência à mudança o PS e CDS e Joaquim Neves “sabotam”, com instinto de evitar o desconhecido que poderá ser ameaçador à votação pretendida na freguesia.
2- Implementação de semáforos de controlo de velocidade no concelho.
Ciente de Portugal estar na cauda dos países europeus no que respeita à taxa de sinistralidade rodoviária, aliado ao facto de mais de 50% dessa sinistralidade resultar do excesso de velocidade e tendo em consideração o perigo inerente a alguns locais das estradas do nosso concelho, Celso Ferreira apresenta um projecto semelhante ao utilizado na VCI, que obteve resultados impressionantes na redução de sinistros.
Mais uma vez os intervenientes do costume “sabotam” a iniciativa de Celso Ferreira provavelmente com um sentimento de perda de popularidade que estão habituados a possuir nesses locais do concelho.
3- Requalificação do centro da Cidade de Paredes.
Celso Ferreira promove a requalificação urbana do centro da cidade de Paredes, numa tentativa de recuperação do brio e nobreza que ao longo dos anos a cidade foi perdendo, reestrutura os sentidos de trânsito baseado em estudos de mobilidade e abole grande parte das barreiras arquitectónicas que faz com que o Município receba a Bandeira de Prata da Mobilidade.
Desta vez a oposição reage demonstrando mais um sentimento característico à resistência à mudança, descontentamento, presumivelmente na perspectiva de economia de energias, pois se até então podiam-se deslocar dentro da cidade sempre da mesma forma porque têm agora que alterar os seus automatismos.
Como podemos comprovar a resistência à mudança é algo transversal podendo existir também na vida política de um concelho.
Mas tal como na vida empresarial, a mudança sendo bem implementada acaba sempre prevalecer em detrimento das ideias mais obtusas e ultrapassadas, porque as pessoas acabam por automatizar novamente os seus comportamentos economizando de novo energia, o desconhecido com o tempo passa a familiar deixando de ser ameaça e o sentimento de perda é esquecido, passando a transmitir prazer de usufruir os novos projectos implementados.
30 abril 2009
Prestações de Contas “Vs” Prestações Políticas
As Assembleias Municipais de Abril costumam ser as mais animadas das cinco que anualmente se realizam, não por se realizarem no mês da Liberdade, mas pelo simples facto dos executivos terem de prestar contas perante este órgão.
Quando realizadas em ano eleitoral o seu interesse é acrescido, pois é umas das últimas oportunidades das facções esgrimirem argumentos e apresentarem os seus trunfos, mesmo aqueles que não se apresentam nas restantes, afiguram-se para tentar brilhar.
Mas infelizmente, tentar é apenas a procura de atingir o objectivo a que se propõem e não a obtenção do mesmo.
Amândio Ribeiro propõe, pela segunda vez consecutiva, mas pelo menos desta vez foi a horas e dentro do contexto, a alteração da carta educativa do concelho e a criação de uma comissão de acompanhamento da qual fariam parte um elemento de cada Junta de Freguesia e um elemento de cada partido com representação na assembleia.
Tentou, mas o resultado foi o segundo pior que lhe poderia acontecer, um voto a favor, o seu. Pior, só mesmo o próprio proponente não votar na sua proposta, cenário que cheguei a considerar possível, pensei que enquanto apresentava a proposta se apercebesse do burlesco que estava a anunciar, repensasse chegando à razão, mas não, o orgulho tem destas coisas.
Artur Penedos por sua vez, decidiu dedicar o seu tempo de antena ao relatório de Contas.
Após voto contra da bancada socialista, quando anteriormente os vereadores do seu partido se abstiveram em reunião de Câmara, Artur Penedos na sua intervenção tem apontamentos no mínimo estranhos para uma pessoa com responsabilidades na área Social e Laboral.
Estando o País a atravessar umas das maiores crises económicas de que há memória, o líder da bancada socialista criticou o facto do aumento dos custos do Município com o pessoal, esquecendo ter sido o Governo liderado por José Sócrates, a quem o próprio presta assessoria, que recomendou todos os municípios a passarem o seu pessoal para o quadro e a procederem às respectivas promoções.
Para além disso, com um sentido de oportunidade só superado por Manuel Ruão, que em conferência de imprensa classifica a gestão de Celso Ferreira como “ruinosa”, fala de uma gestão “sem rigor e irrealista”, no mês em que sai o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses que coloca Paredes em 15º lugar na lista dos Municípios com menor dívida por habitante entre os 308 existentes no País, como se não bastasse, muito recentemente, a FEPICOP (Federação Portuguesa da Industria da Construção e Obras Públicas), no seu relatório de Primavera de 2008, anuncia Paredes entre os Municípios que pagam aos seus fornecedores num período inferior a 3 meses, ou seja, para além de Paredes apenas mais 50 Municípios, dos mesmos 308 no país o conseguem.
Se considera esta gestão “sem rigor e irrealista”, penso que o Primeiro-ministro terá de rever as suas assessorias e pedir a António Guterres que faça as contas.
Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses
Inquérito Semestral da Primavera de 2008 FEPICOP
16 abril 2009
Carta Educativa paradigma ou projecto a reapreciar?
Ao ler a entrevista do actual candidato do PS à Câmara Municipal de Paredes num jornal da região, confesso que fiquei um pouco confuso, desorientado, sem perceber muito bem, a avaliação deste sobre o trabalho realizado pelo actual Executivo Camarário no projecto da Carta Educativa.
Provavelmente não fui o único, muitos dos “consumidores” como eu, da boa e da má imprensa regional, porque feliz ou infelizmente, a nossa região tem oferta à vontade do freguês, devem ter ficado com a mesma interrogação.
Então vamos aos factos, para ver se chegamos a alguma conclusão.
Na citada entrevista, o actual candidato do partido da oposição diz relativamente ao mandato de Celso Ferreira, “…há um aspecto positivo que merece ser destacado: a questão da Educação” acrescentando ainda “tenho que agradecer o contributo que Celso Ferreira deu à política do Governo”, assim podemos concluir que foi desenvolvido um bom trabalho.
Celso Ferreira tem dito maravilhas, vezes sem conta da Carta Educativa de Paredes.
Valter Lemos, na sua passagem pelo concelho em Setembro, na entrega dos primeiros Magalhães do País na Escola EB1 de Vila em Lordelo lembrou “Paredes tem sido um bom aluno da cartilha governamental”.
Maria de Lurdes Rodrigues, na sua visita para o lançamento da primeira pedra dos centros Escolares de Gandra/Astromil e de Mouriz/Vila Cova de Carros e assinatura dos protocolos de delegação de competências ao Município, apresentou "Paredes como o paradigma do esforço que o Governo está a fazer em todo o país", óptimo, tudo em consonância.
O que realmente me desorientou o raciocínio, foi o proferido na mesma entrevista pelo D. Sebastião do Partido Socialista de Paredes, “A Carta Educativa, elemento fundamental para a modernização da escola, foi assumida por Celso Ferreira, não como elemento agregador mas como factor de discordância”, “Quando conquistarmos a Câmara promoveremos a reapreciação da Carta Educativa e alargaremos o número dos Centros Escolares….”.
Hummm, pára tudo, flashback… então a Carta Educativa de Paredes não era um aspecto positivo, um paradigma, motivo de elogios, Ministra da Educação, Secretário de Estado, Celso Ferreira, o próprio, todos em concordância? … Perdi-me completamente!
Sendo assim, esquecemos todo o trabalho responsável que foi feito, abandonamos uma oportunidade única de rectificar a nossa desadequada rede educativa, uma intervenção metódica no planeamento e ordenamento do território educativo, com a meta de atingir a melhoria da educação, do ensino, da formação e da cultura no concelho de Paredes e enveredamos por uma reapreciação populista e cómoda apenas porque alguns ficaram descontentes?
Estas incongruências de discurso fazem-me reflectir sobre quem queremos a gerir os destinos do nosso concelho.